Testado novo método para diagnóstico precoce de nefropatia diabética pediátrica
Por: SBAC | Data da Postagem: 12/08/2016
Pacientes portadores de diabetes tipo 1 que progridem para os estágios finais de nefropatia tem 50% de chance de evoluir para falha hepática em 10 anos e 75% em até 20 anos.
Hoje, o diagnóstico da nefropatia é feito através do aumento da albumina excretada na urina. Mas um time de cientistas na Aghia Sophia Children’s hospital, na Grécia, concluíram que duas proteínas (Fator de diferenciação 15 – GDF-15 e proteína 1 chitinase-3-like (YKL-40) podem ser usadas na detecção precoce da nefropatia, antes mesmo que haja aumento da quantidade de albumina na urina.
O estudo foi feito com 56 pacientes com diabetes tipo 1 na faixa etária dos 3 aos 13 anos e com controle de49 pacientes saudáveis entre 6 e 12 anos. Foram realizados testes pelas técnicas imunoenzimática e imunonefelométrica para GDF-15 e YKL-40 no início do estudo e 12 a 15 meses depois. Nos dois momentos também foi testada a função renal através da medição da Cistatina C para determinar a taxa filtragem glomerular (eGFR) e medindo a neutophil gelatinase associada à lipocalina (NGAL).
O que os cientistas descobriram após 12-15 meses foi o aumento significativo dos níveis de GDF-15 nos pacientes diabéticos. Num primeiro momento não havia diferença significativa das medidas de YKL-40 entre os 2 grupos(diabéticos e controle), mas no desenrolar do estudo, o nível de YKL-40 dos pacientes diabéticos continuou a subir. Somou-se a isso o fato de que o nível do GDF-15 correlacionou-se de forma negativa com os valores de eGFR enquanto os de YKL-40 se correlacionaram positivamente com o NGAL e GDF-15, indicando que o aumento de ambas as proteínas refletem um declínio da função renal.
Segundo o líder do time de pesquisa, Ioannis Papassotiriou, esse primeiro estudo mostra o papel preditivo das proteínas GDF-15 e YKL-40 para a nefropatia diabética em crianças e adolescentes com diabetes do tipo 1 podendo acelerar o gerenciamento e tratamento da doença minimizando, assim, as taxas de severa morbidade renal e mortalidade em pacientes jovens portadores de diabetes tipo 1.